terça-feira, 26 de maio de 2015

Dommenique Luxor - Dominatrix

Blog - Dommenique Luxor - http://www.dommeniqueluxor.blogspot.com.br/?zx=805334aef8a307c2

A nova geração de fotógrafos brasileiros que exploram o fetiche !

* Matéria completa no blog da Dommenique Luxor - http://www.brasilpost.com.br/dommenique-luxor/a-nova-geracao-fotografos_b_7445960.html

A nova geração de fotógrafos brasileiros que exploram o fetiche !
Continuamos, no mainstream, classificando o fetichismo nos tempos atuais como "uma força, uma propriedade sobrenatural do objeto e consequentemente, um potencial mágico semelhante no sujeito" de acordo com a definição de Jean Baudrillard.
Nessa definição, absolutamente qualquer coisa tornou-se passível de ser fetichizada. O que pode tornar-se um fetiche nos dias de hoje comporta uma noção culturalmente moldada e particularmente transmitida pelos meios de comunicação: moda, indústria cultural e pornografia, que vendem conceitos de beleza e erotismo e, muitas vezes, são capazes de produzir gostos e práticas em determinados contextos. A próposito disso, e talvez por justamente estar com sua cadeira cativa no mercado, a noção de fetichismo perdeu um pouco do caráter perverso que possuía anteriormente. No senso comum, um fetiche significa apenas uma fantasia sexual capaz de estimular o desejo, construindo noções de pseudoerotismo e sexualidades dissimuladas.
Jan Saudek, Witkin, Helmut Newton, Elmer Batters, Eric Kroll, Ellen von Unwerth, Robert Mapplethorpe, Doris Kloster entre outros, são clássicos e representantes dessa onda. E pelas fotografias dos grandes clássicos, você vai notar que o fetiche na fotografia é MUITO mais que capturar um nu, ou uma menina freak pelada, o que muitos oficiosos da fotografia juram ser o único tema relevante - por pura ignorância ou estrelismo.
Mas o que tenho notado é que a dinâmica da fotografia que contém esses elementos fetichistas mudou radicalmente com a internet, revolucionando até o mercado e, principalmente, se desvencilhando dele pra se legitimar. Se antes a produção seguia um percurso praticamente editorial e mercadológico, passando por diversas leituras, ajustes, adaptação a determinados públicos, hoje as fotos saem direto dos seus produtores ao público, sem passar por filtros normalizantes e fazendo o observador tomar contato direto com a obra do fotografo - e, consequentemente, com seu fetiche pela imagem.
Acho que é importante esse movimento pra desmistificar a obra e vincular o autor diretamente ao seu público, sem passar por filtros normalizadores, disciplinadores e mercadológicos old style.
...
Vou começar pelos brasileiros de diferentes estéticas, meios de produção e que não se importaram em dividir um artigo com outros artistas que destoam da sua visão de mundo pela objetiva. A arte contemporânea dita multireferência, um caracter que transgride a cultura e a editoração de mercado. Ser exclusivista e não se misturar é old fashion mas respeitamos: é uma opção. A cena atual torna o bizarro um elemento hipnotizador, o "sentido-desconhecido" que atrai seu olhar, gerando repulsa e magnetismo, o ponto indefinido entre o belo e o repulsivo.
Nada como ultrapassarmos essa dualidade bonito-feio e nos permitirmos contemplação artística neutra, sem uma estética disciplinadora e muitas vezes moralista. Sinta-se livre pra sentir o que quiser!
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Raul Krebs
Raul Krebs é fotógrafo brasileiro que apresenta um portfólio eclético, atuando em diversas áreas da fotografia, baseado numa pesquisa incansavel de estéticas e linguagens. O tema fetiche surgiu no início de sua trajetória e segue até hoje como uma de suas principais referências estéticas. Mesmo em seu trabalho de moda, mais comercial, o tema fetiche (e suas variáveis - como voyeurismo e bondage) é bastante perceptível. Desde o início de sua carreira, nunca deixou de desenvolver projetos pessoais, mesclando suportes e utilizando-se da fotografia convencional, digital, pinhole, lomografia, Polaroid e experimentalismos diversos, tanto em técnica quanto em plasticidade.

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Wandeclayt
Um dos fotógrafos mais tradicionais dessa vertente no Brasil, traz influências da ficção científica, cyberpunk, da música gótica e industrial e e da iconografia da cultura pop. Wandeclayt migrou do desenho para a fotografia e há 10 anos tem dedicado seu olhar a registrar a nudez e o fetiche com sua visão transgressora e iconoclasta. Agressividade e sutileza dialogam entre si, mas para o fotógrafo a conclusão é sempre a mesma: "uma imagem vale por mil palavras, mas sua safeword pode valer por mil imagens!"

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Fabio Stachi
Para Fabio, o fetiche está na própria imagem e composição dela. Com o trabalho centrado na emoção humana, Stachi busca a íntima relação da dialética corpórea como meio de expressão da arte em que a carne manifesta as linguagens de um corpo aflito, ambivalente... conflituoso. Influenciado pela luz e sombra de Caravaggio, pela sensualidade da figura feminina nos quadros de Pino Daeni e a ousadia das fotos de Jan Saudek, o trabalho de Stachi convida para um diálogo com a inquietude humana, carregado de sentimentos e provocações. Não se prende a regras e conceitos estéticos, a cada trabalho desafia a si mesmo com os processos que envolvem suas descobertas artísticas. Apresenta a imagem como um fluxo de vida contínua e com um olhar qualificado investe incansavelmente no pensamento do impensado

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Luiza Só 
Para Luiza, arte e fetiche se confundem: o exibicionismo não é nada narcisista, mas uma entrega sem barreiras e uma forma de relacionamento com seu público, revelando nas suas selfies seu carater submisso à beleza e a arte. Natural de Neilândia, atualmente vive nômade. Artista multimídia, vive se experimentando, também em fotografia e criação de imagens. Recentemente resolveu pôr a cara no sol e revelar seu exibicionismo em selfies, no projeto SELFIEUZINHO. Através da página, vende fotos exclusivas para fetichistas criativos, com quem desenvolve a ideia da foto e depois a envia pelo correio. 

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Andre Medeiros
Um dos fundadores do coletivo Queer Fiction, cineasta, pornoterrorista, explora a fotografia com os recursos que possui. Hoje fotógrafo profissional, realiza desde ensaios com grandes artrizes e atores pornô até explorações de temas como a morte, conflito e inserções na natureza em suas formas mais bizarras, látex, podolatria, e principalmente, transgressão das normas ocidentais de sexualidade

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Dommenique Luxor
Falando um pouco do meu trabalho, as minhas imagens sempre são fetichistas. Inicialmente pensando num lado comercial (veiculação da profissão de Dominatrix no Brasil), hoje passo por um processo de desconstrução do personagem e da exploração da dualidade dominante-dominado, além de explorar a base material (foto) como sendo ela mesma um elemento independente, passível de fetichização. Trabalhando com a produção, figurino, conceito, personagem e roteiro, sempre faço parcerias com fotógrafos que acreditem na foto como a materialização de uma momento performático. Meu último trabalho foi uma parceria com Angelo Bonini (foto acima), que se permitiu adentrar esse mundo e explorar um pouco mais esses elementos. O atual material está no site.

Como vocês notaram, fotografia envolve muitos elementos, inclusive fetiche. E fetiche não é apenas nu, sexo, práticas bdsm e etc. A parte não define o todo (entendedores entenderão :)
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sábado, 23 de maio de 2015

Labirinto de desejo ...


E nesse labirinto de desejo e fantasia tanto faz ser presa ou predador ...

BDSM


Não há nenhuma Bíblia ou enciclopédia para o BDSM. Muitos de seus conceitos, valores e simbologias são subjetivos e variam de indivíduo para indivíduo, sendo debatidos incessantemente no meio por inúmeras opiniões e interpretações divergentes que emergem.
Não obstante, o BDSM evoluiu e amadureceu, atingindo atualmente o status de ‪#‎subcultura‬, à medida que pode ser caracterizado como um conjunto de particularidades culturais de um grupo de indivíduos que se distancia do modus operandi social, porém sem se desprender dele. Mas o que une tal grupo? Quais são tais particularidades? Enfim, o que é o BDSM?
BDSM é a sigla para ‪#‎Bondage‬ e ‪#‎Disciplina‬ (B/d), ‪#‎Dominação‬ e ‪#‎Submissão‬ (D/s), e ‪#‎Sadismo‬ e ‪#‎Masoquismo‬ (S/m). Tais conceitos referem-se a interações afetivas, evidenciando a dualidade do tipo de relação interpessoal entre as duas ou mais partes que compõem a interação.
Estas interações são consideradas afetivas não por implicarem a necessidade da realização do ato sexual, mas sim por serem de natureza erótica, ou seja, por possuírem estímulos e prazeres de naturezas sexuais sem que seja necessário o ato sexual em forma explícita (mas não excluindo-o). Assim:
Bondage e Disciplina (B/d): É a interação no qual se aplica um conjunto de práticas e técnicas que visam à restrição de movimentos ou imobilização para prover prazer sexual.
Dominação e Submissão (D/s): É a interação na qual se estabelece um vínculo hierárquico com ampla desigualdade entre os parceiros, com o objetivo de se obter prazer sexual.
Sadismo e Masoquismo (S/m): É a interação na qual há a manipulação da dor física e psíquica, transmutando-a em prazer sexual.
O objetivo principal de cada um dos três tipos de interações é a evidente obtenção de prazer, sem a obrigatoriedade de se consumar o ato sexual. Na busca por este objetivo, pode-se observar que surge uma convergência entre elas: a tensão psicológica que se estabelece entre os parceiros, formando uma hieraquia transparente e bem delineada, às vezes caracterizada pelo dualismo onipotência-impotência, às vezes pelo superioridade-inferioridade.
Tal tensão psicológica é o principal (mas não único) motivador e meio de obtenção do prazer em quaisquer destas interações; é o ‘‪#‎fetiche‬ primordial’ do BDSM. Mas o que é um fetiche?
“Fetiche é um desvio do interesse sexual para algumas partes do corpo do(a) parceiro(a), para alguma função fisiológica, para cenários ou locais inusitados, para fantasias de simulação de eventos ou de interpretação de papéis, ou para objetos inanimados.”
Ou seja, pode-se afirmar que o BDSMer (praticante de BDSM) é um fetichista, mas o contrário não é, necessariamente, válido. O fetichismo é mais abrangente, enquanto que o BDSM pode utilizar-se de um (pelo menos um, o ‘fetiche primordial’) ou de vários outros fetiches (simultaneamente ou não) para se caracterizar.
O que caracteriza, então, tal ‘fetiche primordial’? Como observou Foucault, toda interação interpessoal, inclusive a afetiva, é uma relação de poder, ou seja, há uma disputa incessante pelo espaço necessário para exercer o seu livre-arbítrio e tomar suas próprias decisões.
No entanto, nem sempre há a consciência disso e tal disputa frequentemente torna-se velada. Nas interações entre BDSMers, os parceiros possuem ciência da existência de tal disputa e a principal evidência disto é a hierarquia que se procura estabelecer entre eles.
Já que não é pré-estabelecida (ou seja, não é algo natural, intrínseco – aplica-se aqui o conceito de liberdade sartriana), tal hierarquia deve e é sempre baseada e regida pelo princípio da consensualidade. Afinal, sem a consensualidade entre as partes, o BDSM não passaria de mais uma forma de manifestação de violência e violação dos direitos de outrem.
É, portanto, a consensualidade entre as partes que torna esta recém-estabelecida hierarquia transparente e objetiva, interrompendo as constantes disputas por espaço, na medida em que se restringe ou suprime o livre-arbítrio de uma(s) das partes (seja para decidir coisas simples do dia-a-dia, seja apenas na cama). Porém, não há de fato uma restrição ou supressão.
Respeitando-se o princípio da consensualidade, o que de fato acontece é a transferência ou abdicação de toda ou parte da capacidade decisória de uma das partes. É este fenômeno que caracteriza a tensão psicológica mencionada anteriormente, a que nomeamos de ‘fetiche primordial’ (o fetiche comum, mas não necessariamente único, dos BDSMers).
Concluindo, pode-se chegar a uma definição ampla e ao mesmo tempo precisa do BDSM:
DSM é uma subcultura fetichista na qual há interações afetivas em que a transferência ou abdicação de toda ou parte da capacidade decisória de um dos parceiros se torna evidente e consensual, seja momentânea ou definitivamente

Créditos e  autoria : Daniel Lima
pagina:   http://www.dungeondraconiana.com/#!oqueeobdsm/cjg9O B 

http://feticheclub.com.br/o-que-e-%e2%80%aa%e2%80%8ebdsm%e2%80%ac/


Fetiche Club - site de Fetiche



http://feticheclub.com.br/revista-bdsm-lovers/

Site de Fetiche 



BDSM Lovers



Segue uma dica bem interessante para os praticantes, iniciantes e curiosos: BDSM Lovers. Uma nova rede social voltado ao público Brasileiro. Publique seu perfil com fotos, acesse discussões e conheça novas pessoas. Acompanhe também a revista lançada bimestralmente com novidades, matérias e dicas. Vale a pena!
https://www.socialdub.com/SADOMASOQUISMO
https://senhorverdugo.com/bate-papo-na-rede/1496-bate-papo-na-comunidade-bdsm-lovers-parte-2.html



MUMIFICAÇÃO



Mumificação é uma vertente do bondage que visa imobilizar o escravo dos pés a cabeça enrolando materiais nele. Semelhante as múmias egípcias. É uma brincadeira divertida e dependendo do material, barato. Além de imobilizar, a mumificação possibilita a privação sensorial. Para se mumificar pode-se usar uma infinidade de materiais, como gaze, silver tape, filme de PVC, cordas, etc. Na prática, alguns aspectos de segurança devem ser observados.

DICAS PARA MUMIFICAÇÃO:

• Sempre tenha em mãos tesouras ou objetos que facilitem soltar o submisso. Eles são essenciais em caso de emergência.
• Nunca deixe a pessoa mumificada sozinha.
• Ao usar filme de PVC ou outros materiais plásticos que não permitam a transpiração, cuidado com a desidratação. Fique atento.
• Se o submisso entrar em pânico ou se sentir mal. Converse com ele e o mande contar até dez, isso irá restaurar sua respiração e acalmá-lo. Em caso de necessidade, comece libertando a cabeça.
• Necessidades fisiológicas podem estragar sua diversão. Fique atenta a isso antes de começar. 
• Quando estiver mumificado, muito cuidado com assessórios que coloquem em risco a respiração.
• No primeiro sinal de perigo encerre a prática e solte o submisso.
• Comece a imobilização pelo tronco e braços. Assim o submisso pode fiar de pé ou se movimentar para onde você desejar. Cuidado para ele não desequilibrar e cair. 
• Cuidado depois de imobilizar braços, pernas e articulações como joelhos e cotovelos. Nesse momento ele já deve estar no local e posição adequados para ficar mumificado. 
• Cuidado ao transportá-lo para outro local depois de mumificado. 
• Lembrem-se fitas adesivas estarão presas aos pelos na hora de retirá-las.
• Fazer um buraco na área genital facilita o acesso e garante ainda mais diversão.
• Tenha bastante material disponível. Sempre é usado mais do que se imagina. Geralmente é necessário aproximadamente 100 metros de fita e 50 metros de PVC para imobilizar uma pessoa. 
• Ter um assistente pode ser útil. 
• Para iniciante comece com mumificações que durem menos tempo e vá aumentando gradativamente. (aproximadamente 15 minutos). 
• Quando estiver tentando algo pela primeira vez nunca vá até o limite. Saber o que esta fazendo é fundamental para evitar riscos.
http://submissoreal.blogspot.com.br/2010/02/mumificacao.html?zx=a37dd18e8fba627e

Sexo Como Prazer - Flávio Gikovate


Tenho apontado vários motivos que vêm impedindo as mulheres de desenvolverem uma postura prazerosa e gratificante em relação ao sexo. A questão do prazer deve ser entendida também pelo ângulo mais geral, no qual também são afetados os homens.
Nossa cultura não é muito simpática à idéia do prazer, que sempre está associado a conceitos moralmente duvidosos, como futilidade, ócio e egoísmo. Crescemos cercados da noção de que o prazer não é uma virtude, mas um vício. As qualidades morais estão do outro lado do meio-termo. São: o sacrifício, a generosidade etc.
Acredito que vários componentes participaram dessa construção moral que privilegia as dores e deprecia os prazeres. O primeiro deles está ligado ao que é mais difícil: a busca do prazer é a resposta natural de qualquer criança, ao passo que abrir mão dele implica um processo mais sofisticado, que leva tempo para ser atingido. Depois, há uma luta permanente do ser humano no sentido de ser mais do que um animal. O homem é capaz de abrir mão de um direito seu em favor de outra pessoa, o que faz da generosidade uma aquisição muito especial.
Mais que depressa, a vaidade participa desse processo, de modo que a pessoa se sente superior e poderosa ao ser capaz de rejeitar. Surge, então, um novo deleite: a renúncia aos prazeres determina o prazer da renúncia! Dessa forma, as pessoas que perseguem o prazer acabam sendo vistas como fúteis e sem nenhum tipo de sofisticação moral. Mesmo que o façam respeitando os plenos direitos das outras pessoas.
Nossa cultura interfere também naqueles aspectos íntimos. O sexo foi, por um longo tempo, censurado ao ser exercido de modo solitário, na masturbação. É óbvia a interferência de princípios reguladores desnecessários em nossa vida íntima. Afinal de contas, é difícil imaginar algo mais inofensivo do que a masturbação acompanhada de qualquer tipo de fantasia erótica. Aliás, as simples fantasias já não são muito bem vistas.
Sabemos, porém, que nossa concepção a respeito do assunto vem mudando nas últimas três décadas, apesar de ainda serem fortes as influências dessa mentalidade que se opõe ao prazer. A oposição aos prazeres sexuais, em particular, é a mais dramática e terrível de todas. Estou me referindo justamente à busca desse prazer sem nenhuma finalidade: não como prova de amor, nem com o objetivo de dar satisfação ao parceiro. O maior crime é exatamente o de gostar do sexo. O sexo, segundo essa visão moralista tradicional, seria menos pecaminoso se estivesse a serviço de alguma finalidade. Como puro prazer sempre foi visto como vulgar, especialmente quando é exercido por mulheres.
Matéria - http://flaviogikovate.com.br/sexo-como-prazer/

Diferenças entre sensualidade, erotismo e pornografia

Sensualidade e pornografia são assuntos ligados a conceitos que podem variar de cultura para cultura.
Se fizermos uso de um dicionário termos para sensualidade:
Propriedade do que é sensual / Inclinação pelos prazeres dos sentidos; amor das coisas ou qualidaes sensíveis / Luxúria; lubricidade; lascívia; libertinagem: viver na sensualidade.
Para pornografia temos:
Tudo que se relaciona à devasidão sensual; obscenidade, licenciosidade; indecência / caráter imoralidade publicações , gravuras, pinturas, cenas, gestos, libidinagem.
E para erotismo temos:
"Caráter daquilo que é erótico". Sendo que erótica é: "Que se refere ao amor: as poesias eróticas de Catulo / Que se refere ao amor sexual; lubrico, lascívio."
Nota-se que os conceitos oferecidos são passíveis de confusão. Mas que, sensualidade e erotismo têm algumas coisas em comum que os direferem de pornográfico. Diante disso, nossa insistência de que o conceito de sensualiade, erotismo e pornografia tem que ser obsevados diante de adaptações culturais e carece, em certas ocasiões, como nesse site, de maior esclarecimento.
Uma boa explicação para diferenciar sensualidade, erotismo e pornografia encontramos com o professorer Sebastião Costa Andrade que é  mestre em Ciências Sociais e Doutor em Sociologia (Universidade Federal da Paraíba). É professor titular na Universidade Estadual da Paraíba. Faz pesquisa sobre sexualidade, idoso e novas tecnologias. Quem o entrevistou foi o site Antropologia.com   acompanhem abaixo a parte que mais nos interessa.
Interrogado sobre:
"CVA - Sexualidade, Amor, Pornografia e Erotismo são temas tratados no teu livro. Dá pra conceituar e distinguir cada um deles?"
Ele nos diz:
"Prof. Sebah - Esta não é uma questão fácil de responder. Esses conceitos são complexos e de sentidos e significados múltiplos. Demarcar o território do erotismo e da pornografia é uma tarefa arriscada. Vou tentar mirar apenas nos fenômenos do erotismo e pornografia, já que incluir o amor e a sexualidade demandaria muito espaço. Podemos dizer, em linhas gerais, que há alguns traços singulares entre o erotismo e a pornografia que nos possibilitam estabelecer uma diferenciação razoavelmente aceitável. Uma das diferenças mais comuns diz respeito ao "teor" mais nobre do erotismo, em contraposição com o caráter "vulgar" da pornografia. O que confere esse grau de nobreza ao erotismo é o fato dele não se vincular diretamente ao sexo, enquanto que a pornografia encontra no sexo e na sexualidade seu espaço privilegiado. Dessa forma, o erotismo estaria mais próximo do sexo implícito (portanto aceitável) e a pornografia do sexo obsceno, direto, explícito e comercializável. Porém, distinções desta natureza podem nos conduzir a práticas preconceituosas! Afinal de contas, erótico ou pornográfico, depende dos contextos histórico, cultural ou moral onde esses fenômenos estão inseridos."
Nas palavras do professor acreditamos que há traços singulares entre erotismo (sensualidade) e pornografia , sendo o primeiro ligado mais ao teor nobre enquanto a pornografia está mais próxima do vulgar. 
Claro que de nada adiantará justificativas e fundamentações se a cultura não for levada em conta. Assim, esse conceito que tentamos explicar é adaptado para nossa sociedade ocidental, um islâmico, por exemplo, teria uma outra interpretação.
O assunto não se esgota facilmente, na rede podemos encontrar váris escritos que tratam do assunto, alguns deles serão indicados aqui.

Referências:
Enciclopédia e Dicionário Ilustrado. Koogan/Houaiss. Rio de Janeiro:Edições Delta,1994.

Dá-me tua nudez



Canto de nudez
Dá-me tua nudez,
Tua nudez úmida
Outorgada em pêlos e dobras,
Nas dobras desfeitas
De dez e mil lençóis
Dá-me tua nudez,
Tua nudez traçada,
Declarada em gotas e curvas,
Nas vidas desfeitas
Por uma ou tantas canções.
Dá-me tua nudez,
Tua nudez rasgada,
Marcada em veias e carnes,
Nos pactos esquecidos
De todas e outras juras.
Dá-me tua nudez,
Tua nudez faminta,
Destrancada de almas e corpos,
Nos sonhos destruídos
De meus e teus desejos.
(Autor: Paulo Mont’Alverne)

Façamos um trato esta noite…



Façamos um trato esta noite… não sejamos tão realistas.
Você geme e suspira, eu ouço
enquanto minha boca te explora como louco
flutuando em luas surrealistas.
Façamos um trato esta noite… efêmera é esta carne que nos lacra.
O tempo pára enquanto te despes.
O mundo desaba quando te vestes.
Ama-me antes que o pudor te rasgue como faca.
Façamos um trato esta noite… as lágrimas são cristais do coração.
Eu sinto o fel em teus lábios maculados.
Vejo o abismo de teus olhos mascarados
que se escondem atrás de tormentos vãos…
Façamos um trato esta noite… não adianta fugir da própria vida !
Ainda temes a flor pelos espinhos.
Ainda crês que terminaremos sozinhos.
E o amor é não mais que uma mentira.
Façamos um trato esta noite… prometo te convencer na quietude
que o amor ideal é ao desfolhar dos dias
a felicidade nublando nosso ódio
e ter consigo sempre esta virtude.
Autor: Angel Hazel
https://espartilho.wordpress.com/tag/poesia-erotica/page/2/

Inconfessáveis ...


As palavras sussurram delicadamente prazeres inconfessáveis e não ditos...O toque revela desejos não compartilhados e o olhar mostra o que suplica a pele !! 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Meu livro - Um Olhar Sobre a Prostituição Masculina



Para quem não sabe tenho um livro lançado na Bienal SP , o livro Um olhar sobre a prostituição masculina , é fruto de pesquisa de campo no Curso de Direito e trabalho voluntário há 20 anos na Casa de Apóio Brenda Lee (doentes de AIDS), a causa que defendo é a causa da dignidade humana e respeito as diferenças.
O blog do livro é http://andresavicentini.blog.uol.com.br/

O livro para download via net-http://www.4shared.com/office/JA8z4Kbq/Um_olhar.html

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Unchain My Heart Joe Cocker



A fantasia das fantasias...



A fantasia de não mais precisar fantasiar !!!

Palavras mágicas ou nem tanto ...

Linguajar chulo e palavrões podem atiçar o desejo e incrementar a relação, mas é essencial que os dois gostem da brincadeira.

Para muitas pessoas, o que é dito na cama é fundamental para uma relação sexual prazerosa. Algumas delas inclusive gostam de dizer palavrões e sussurrar sacanagens para atiçar o desejo. Especialistas reconhecem o valor deste recurso, mas apontam a necessidade do casal estar em sintonia para que tais obscenidades não provoquem constrangimento ou até mesmo assustem quem as ouve. 
“Se a outra pessoa aceita sempre é uma ação positiva ao relacionamento. Se faz mal ao outro, o limite tem de ser estabelecido, definindo o uso, o tipo e a quantidade de palavras e sua entonação”, alerta o psicólogo Oswaldo M. Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex).
Para o especialista, o linguajar chulo é utilizado como parte de uma fantasia, que precisa vivenciada igualmente pelas duas partes da relação. “Tais expressões durante o ato sexual devem aumentar a excitação em ambos, devido ao significado que tais palavras produzem”, explica Rodrigues Jr.
De acordo com Márcia Mathias, sexóloga e consultora do site de encontros AshleyMadison, até a década de 1980, falar obscenidades durante a relação sexual era uma preferência tipicamente masculina, sendo uma fantasia para 80% deles. “Hoje, esse desejo também permeia o universo feminino. Cerca de 40% das mulheres também gostam de utilizar tais expressões e, muitas vezes, isso não é bem aceito pelo parceiro”, afirma a sexóloga.
Márcia acrescenta que por conta de um comportamento machista parte dos homens se incomoda com essa atitude da mulher, se sentindo submisso por perder o controle quando elas soltam o verbo. “Com certeza, isso tem a ver com machismo. Mas antes de ser mal interpretada, é válido tentar ajustar essas fantasias, pois em muitos casos, quando a mulher se solta demais, o homem recua”, pontua a psicóloga.
Aliás, o uso de palavrões se dá num contexto de dominação e submissão muito presente no sexo. “Tais expressões podem indicar o mecanismo demonstrativo desta forma de relação”, considera Rodrigues Jr. Na visão do psicólogo, alguém atento às necessidades do outro sabe reconhecer as expressões verbais, faciais e corporais que indicam se a interação sexual está gerando prazer ou desconforto
Do contrário, é preciso verbalizar o que está se sentindo. “Se uma pessoa não consegue perceber de forma espontânea, pode perguntar se está agradando”, sugere Rodrigues Jr. No entanto, Márcia entende que os adeptos deste tipo de fantasia nem sempre percebem quando não estão agradando. “Para a pessoa é tão natural, que ela não nota o constrangimento no outro. Por isso, quem se sente ofendido deve avisar e, isso não é impor limites, mas respeitar seus próprios gostos e preferências.”
Gostando-se ou não de linguajar chulo na cama, é importante entender que falar obscenidades nada tem a ver com falta de romantismo, muito menos com a intensidade do sentimento de alguém. É apenas uma fantasia sexual.  “Essa é uma preferência individual associada ao contexto erótico de cada um”, diz Rodrigues Jr.
 “Existem pessoas que desejam expor-se a tais contextos, porém sentem emoções negativas que os impedem de pedir ou até mesmo tirar proveito de uma situação assim, mantendo um desejo não satisfeito”, comenta o psicólogo, apontando o que pode levar homens e mulheres a rejeitarem palavras obscenas como fantasia.
http://delas.ig.com.br/amoresexo/2015-01-16/vale-tudo-na-hora-de-dizer-obscenidades-na-cama.html

SEXUALIDADE = EDUCAÇÃO SEXUAL


Falar de sexualidade remete a inúmeros aspectos físicos, culturais, sociais, familiares e individuais. O corpo antes tido como algo aparte das emoções, contribuiu com tal dicotomia. Neste sentido muitas das sensações vivenciadas pelo corpo ainda hoje é negligenciada.

Não é o corpo o vinculo “pecaminoso” pouco falado e até subjugado, mas o lugar que a ele foi atribuído. O afeto faz relação com o corpo, nele também está contido o abraço, o carinho, bem como, a imagem corporal e nessa relação há deixas emocionais, trocas.

Refletir sobre o toque em sua forma mais singela é ofertar para a sexualidade um olhar longe de impurezas. O contato físico pode comunicar segurança, afeto, e os mais variados sentimentos positivos.

Ser o elo que conduz tal ternura é extraordinário, saber transmitir carinho é tão importante quanto receber.

A educação sexual abre portas e trás grandes informações, diz respeito ao contato físico, sentimental que são relacionados ao contato físico, psíquico e sociocultural.

Falar em sexualidade não é apenas discursar teorias anatômicas, fisiológicas, mas principalmente relacionar esta aprendizagem as sensações, aproximando o sujeito do seu todo alma/corpo.

E fundamental entender o funcionamento dessa surpreendente “maquina corporal”, mas, de forma afetuosa e natural. Através de relações aprendidas, passadas pela família, pela sociedade e principalmente pela cultura.

As diferenças do que é permitido e aceito estão contidas intrinsecamente nas tradições e costumes de cada povo.

"Estamos acostumados a sentir que nossos corpos são meros veículos, nos quais somos obrigados a viver. No entanto, o corpo “somos nós mesmos”, e, apesar disso, ele nos parece completamente estranho." (Alan W Watts).

A educação é um importante meio para esclarecer o sujeito sobre seus medos, inseguranças e proibições. Desfazer mitos, favorecendo o conhecimento de maneira ética, responsável e respeitável o que propicia maior tranquilidade.

Direcionar o indivíduo a ter outro olhar sobre o seu corpo e importante, a informação apresenta novos caminhos, trás segurança e ajuda na relação pessoal e interpessoal.

O contato salutar possibilita um melhor vínculo com o outro, sem que ocorram invasões desnecessárias.  Educar não é simplesmente informar, mas acima de tudo levar alternativas que através do conhecimento o sujeito possa fazer escolhas e adquirir diferentes subsídios.

Ofertar para sociedade esse novo olhar para o corpo e para sua imagem corporal é desvendar a esfinge que nada tem de devoradora. Educar o não aprendido, ou mesmo, que aprendeu, mas de forma “errada” é se permitir conectar com o corpo.

Viver a sexualidade não é aceitar todas as formas e atos sexuais, viver a sexualidade é sobre tudo entender que, como os pés, mãos, rosto, tronco e genital, todas as partes anatômicas, funções fisiológicas e psicológicas, fazem parte, compõe a “maquina” corporal humana, expressão sensações, sentimentos e desejos.

Ser humano é ser esse todo, que sente, pensa, que tem sensações. Aprender a lidar com essas inúmeras sensações e esses desejos sexuais, saber canalizar suas emoções libidinais faz parte da educação sexual do corpo.

Mas, o corpo não se educa sozinho ele precisa ser entendido e apresentado ao seu dono. Pensar na estrutura física com propriedade, sabedoria, respeito e amor, conduz para uma maior liberdade.



Jacqueline MeirelesPsicóloga/Consultora

Fantasias sexuais matéria Fernando Melo




Fantasias sexuais


Fernando Melo*




INTRODUÇÃO



Este estudo tem a pretensão de um dos temas mais extenso e envolvente e permeia o universo do exercício da sexualidade. A fundamentação teórica do mesmo foi possível, com base na bibliografia disponível e que se teve acesso no momento.



FANTASIA, é um tema relativamente explorado por diversos autores, que desenvolvem pesquisas e escrevem sobre suas experiências e descobertas. É um tema fantástico, que não se esgota por si mesmo, principalmente quando se aborda as fantasias sexuais. Considerando-se que uma de suas principais características, é a ausência de limites e a magia que a envolve “dissolve as repressões e restrições da realidade. Como todo imaginário erótico, ele se enfoca na satisfação do prazer”. (PARKER, 1991, p. 169).



FANTASIAS SEXUAIS



Fantasia



A palavra fantasia é originária do grego “phantasía” e do latim “phantasia”. No Dicionário Aurélio, fantasia é definida como: 1. Imaginação. 2. Obra ou criação de imaginação, concepção. 3. Capricho da imaginação; devaneio. 4. Capricho esquisitice, excentricidade... 5. Paráfrase de uma ópera... 6. Vestimenta usada pelos carnavalescos a que imita palhaços, tipos populares, figuras mitológicas, etc... 7. Jóia falsa ou de pouco valor. 8. Assombração, imagem, fantasma. Rasgar e fantasia. Mostrar a verdadeira face de sua personalidade, depois de haver tentado dissimulá-la. (FERREIRA, 1986, p. 757).



Através do Dicionário de Psicologia, verifica-se que a definição de fantasia, está voltada claramente para a: A construção mental consciente de imagens, de eventos ou objetos. Geralmente é uma atividade prazeirosa que pode indicar saúde psicológica e pode ser útil na exploração criativa de possíveis cursos de ação. O conteúdo da fantasia, como sonhos pode refletir importantes conflitos não resolvidos e um excessivo investimento na fantasia indica problemas psicológicos. (STRATTON & HAYES, 1994, p. 103).



Alguns autores colocam que a diferença entre fantasia, devaneio e o sonho, é que quando se está sonhando (durante o sono) não se tem controle consciente do conteúdo. Enquanto que durante a fantasia ou devaneio, é possível criar e recriar cenas, situações, episódios, mudar, tirar, colorir ao
bel-prazer, ou seja de forma consciente. Através da fantasia pode-se reviver situações, comportamentos e experiências satisfatórias e prazeirosas, expressar criatividades, satisfazer os mais variados desejos.



Fantasia Sexuais



Entendidas como: Imagens eróticas de relações sexuais, incluindo variações como encontro homossexuais, sexo grupal ou sadomasoquismo. Estudos indicam que a maioria das pessoas tem sete ou oito dessas fantasias todo dia, e que as mais comuns são substituição do parceiro usual, encontros sexuais forçados e observação de atividades sexuais. Elas não são necessariamente a chave para a orientação sexual básica de uma pessoa, mas podem revelar as necessidades de psicoterapia, como nos casos em que se verificam problemas de intimidade ou obsessão por estupro e imagens sádicas. (GOLDENSON & ANDERSON, 1989, p. 107).



A evocação de cenas eróticas, durante as fantasias sexuais, é o alimento da libido ou seja do desejo sexual. As fantasias podem acompanhar a masturbação solitária, o coito heterossexual e homossexual. Ocorrendo ainda quando se está quieto, Ouvindo música, caminhando e em muitas outras situações. A variedade das fantasias é infinita e diversificada. podem ser construídas sobre Situações imaginárias ou reais. Cada indivíduo constrói as imagens que lhe são mais excitantes e as faz desfilarem por sua mente.



A imaginação não impõe limites. O homem se realiza na fantasia, pois aí, ele reina absoluto. Só acontece o que ele realmente quer e como quer, porque tudo é permitido. “O bonito da fantasia é que ela dá liberdade para experimentar várias situações sexuais, além dos limites da realidade. (HEIMAN & LOPICOLLO, 1992, p. 89).



Mas apesar das fantasias não terem limites, além dos impostos pelo próprio indivíduo, não quer dizer que todas fantasias tornam-se reais. Os indivíduos, em sua grande maioria, têm fantasias sexuais desde a tenra idade, que se prestam a várias funções e a uma variedade de reações, que podem se satisfatórias, embaraçosas, desconcertantes ou até mesmo chocantes.



A criatividade e curiosidade são elementos marcantes da fantasia sexual, em qualquer fase da vida. Se, na infância as fantasias sexuais podem ser vistas como brincadeira após a mesma ocorre ao contrário. Possivelmente esta atitude esta presente porque o sexo é tratado como assunto sério. Como por exemplo, algumas instituições religiosas vêem o pensamento como ação. portanto o indivíduo que têm fantasias sexuais ou desejos quando esta acordando é pecador e necessita de penitência. Como se tivesse praticado a ação.



Os psicanalistas, formaram por algumas décadas o único grupo que se dedicou ao estudo da fantasia. Acreditavam que as fantasias sexuais “desviantes” (as que iam além dos atos heterossexuais), eram expressões imaturas do impulso sexual e eram obstáculos para o desenvolvimento da sexualidade sadia do adulto. Muitos acreditavam que as fantasias sexuais, fossem o início de algum comportamento desviante.



Fazem parte do ato de fantasiar, como já foi anteriormente descrito, a imaginação, a criatividade, a curiosidade e também a diversão. Mas, se a fantasia torna-se uma força controladora da vida de indivíduo, a diversão como elemento pode ser eliminada. A situação torna-se semelhante a do indivíduo viciado em jogo, esporte competitivo e outros, que se deixa dominar completamente, eliminando o lado divertido da situação. Muitas vezes torna-se difícil diferenciar a fantasia do desejo sexual.



A fantasia pode ser aliviada como ficção e irreal, o desejo é real. Em muitas situações a fantasia sexual expressa o desejo sexual, em outras situações provoca o desejo sexual. Mas, não requer que o que se fantasiou, vá se consumar. Como as fantasias não têm limites de cenários, circunstâncias, espaço e tempo muitas vezes são provocadas intencionalmente para passar o tempo; outras vezes para sair do aborrecimento. da rotina e ainda para simplesmente provocar o excitamento. Podem surgir na consciência de forma aparentemente casual, através de pensamentos ou sentimentos sobre os quais se tem pouca consciência e controle.



Normalmente quem está fantasiando quase sempre é o personagem e ou desempenha o papel principal na estória que está se desenvolvendo. Muitas fantasias ocorrem com freqüência e tornam-se preferidas. Podendo ocorrer que o indivíduo tenha preferência por algum tipo de fantasia sexual, porque contribui para a estimulação sexual. Também pode ocorrer que o indivíduo prefira ou sinta prazer em desempenhar o papel de diretor, controlando as cenas, enredo, atores, etc. Este tipo de fantasia devido e sua complexidade, é mais adequada para situações solitárias, do que durante as praticas sexuais. Outros tipos de fantasias sexuais, que também podem ser preferenciais, é a prática de sexo em grupo, sem nenhum personagem específicos ou linha de história ligando uma fantasia a outra.



As fantasias sexuais preferenciais, em duas situações podem se tornar problemáticas. Para alguns indivíduos o uso repetitivo e exclusivo da fantasia leva a uma situação, em que ela se torna indispensável para despertar o desejo sexual. Se o desejo depende só da fantasia, o indivíduo deixa de corresponder a(o) sua(eu) parceira(o). As fantasias sexuais raramente tornam-se obsessivas, a ponto de interferirem no pensamento e no comportamento.
As fantasias obsessivas merecem atenção e orientação específicas, porque interferem diretamente no pensamento e comportamento do indivíduo. Como a curiosidade e a criatividade são elementos fundamentais da fantasia, o desejo de conhecer algo não experienciado, proibido e/ou
inatingível, é com freqüência o ponto-chave das fantasias sexuais.



No que diz respeito à curiosidade, a fantasia pode ser excitante e intrigante, mas também pode incluir cenas completamente fora a realidade. A criatividade nas fantasias não está ligada somente à curiosidade, mas pode também estar vinculada à lembrança de experiência sexual já vivenciada. Comparando o que se passou, a fantasia pode ser melhorada a suavizada: os defeitos, falhas, cansaço e distrações desaparecerem, enquanto o prazer e ação aumentam. O indivíduo que está fantasiando, programa a ação e também as emoções e sensações dos personagens principais.



Na vida real é impossível controlar o caráter ou emoções de alguém. A maioria dos indivíduos acha que as fantasias sexuais são íntimas e privadas, e não as compartilham. No caso de casais, sugere-se que ao compartilhar as fantasias sexuais, os parceiros contribuem entre si para a melhoria dos relacionamentos, porque promove a intimidade e aumenta a compreensão.



Indivíduos com baixos níveis de desejo sexual, tem poucas fantasias sexuais. Estes, podem se beneficiarem de tratamento para formarem fantasias positivas. Algumas vezes as fantasias sexuais são usadas para despertar ou aumentar o desejo sexual. Também são usadas juntamente com a masturbação, e durante as práticas sexuais com parceiros. KAPLAN, em seu livro “A Nova Terapia do Sexo”, faz várias descrições de casos onde fantasias orientadas pelo terapeuta podem funcionar como ajuda para os indivíduos que estão se submetendo à terapia sexual.



As fantasias sexuais podem contribuir de várias maneiras, para a resposta sexual satisfatórias, tanto psicologicamente como fisiologicamente: age contra o aborrecimento; convergem pensamentos e sentimentos; promove a auto-imagem e propicia imaginar o parceiro ideal (ou vários parceiros).



As fantasias sexuais são privadas e fictícias, fornecendo ambiente seguro e protegido para deixar a imaginação e sentimentos vagarem sem limites ou censuras. Podendo também abruptamente serem interrompidas sem se tornarem desconfortáveis ou ameaçadoras. A segurança que tais fantasias não serão descobertas, é o elemento chave para que se dê continuidade às imagens eróticas.



As fantasias sexuais de todos os tipos funcionam como válvulas de escape psicológicas que descarregam tensões ou ansiedades internas, de uma forma relativamente indolor. (MASTERS & JOHNSON, 1988, p. 274).



Durante as fantasias podem surgir situações que contribuam para superar temores e medos infundados ou não, controlar ação e emoção, e ter recompensas por desvantagens pessoais que interferem na vida real. Normalmente surgem fantasias sexuais inoportunas, onde situações ou condutas podem ser consideradas anormais (mesmo sendo excitantes), podendo incluir alguma forma de punição ou dano. Nas fantasias podem ser incluídas aflições físicas como doenças, prisão, maldades e outros.



Algumas fantasias sexuais podem retornar repetidas vezes de boa vontade, mas às vezes apesar de serem invocadas elas retornam e provocam culpa, conflitos, ansiedades, etc. Podendo diminuir ou inibir completamente os sentimentos sexuais. Quando as fantasias sexuais são aflitivas e retornam seguidamente, faz-se necessário orientação e apoio psicológico.
FUNÇÕES DAS FANTASIAS SEXUAIS



A utilização das fantasias sexuais é bem variada, funcionando em diferentes níveis: incentiva a auto-confiança; como válvula de escape para sentimentos reprimidos; aumenta a excitação sexual.



As fantasias sexuais, muitas vezes são meios significativos e importantes que se tem para esclarecer e lidar com confusões e ou conflitos sexuais; uma vez que não costume falar e discutir sobre comportamento sexual. Elas podem ser um canal para antever uma experiência e preparar-se para ver come vai agir. Na adolescência essa situação ocorre com freqüência.



Ao visualizar, certas formas de atividade erótica, permite-se perceber alguns problemas que podem ocorrer. Repetindo uma cena inúmeras vezes, o indivíduo que está fantasiando pode desenvolver melhor a idéia, minimizar dificuldades e dessensibilizar parcialmente para os sentimentos de inadequação, embaraços e surpresas. Se a fantasia torna-se real, muito do imaginado acontece diferente, principalmente em relação a sentimentos, ritmos, cor, som e outras particularidades.



Os valores sexuais e pessoais podem diferir consideravelmente do real e das fantasias sexuais. outros não estão propensos a realizá-las. Alguns fatores que podem ser relevantes para um indivíduo, querer ou não transformar em realidade suas fantasias: (1) quão poderoso é o interesse erótico envolvido. (2) Quão receptivo, digno de confiança e compreensivo se percebe que o parceiro seja, (3) como a pessoa se sente sobre si mesma, e (4) quão inusitada ou bizarra parece a fantasia. (MASTERS & JOHNSON, 1988, p.278).



Ao optar por realizar suas fantasias sexuais o indivíduo. Muitas vezes fica desapontado, pois a transformação da fantasia em fato é insatisfatório, resultando às vezes numa perda significativa do valor erótico da fantasia ou fantasias.



FANTASIA SEXUAL E PROSTITUIÇÃO



Os homens. geralmente procuram os indivíduos de ambos os sexos (principalmente os do sexo feminino), para com eles vivenciarem uma ou várias fantasias sexuais. A situação freguês/prostituto(a) é relativamente segura do ponto de vista psicológico, por algumas razões: o profissional do sexo é alguém experiente, e que não estranha qualquer pedido “diferente”; o relacionamento freguês/ profissional do sexo, é protegido; a privacidade é assegurada e a experiência é isolada das vivências diárias; o relacionamento é primariamente sexual em vez de pessoal; o homem que solicita a um profissional do sexo práticas sexuais “fora do comum”, não arrisca a perda da autoestima ou reputação sexual. se ele pode pagar o preço.



CONTEÚDO DAS FANTASIAS SEXUAIS



Como as fantasias sexuais não tem parâmetros de limite, há uma grande variação em seu conteúdo. que é diferente de indivíduo para indivíduo. As fantasias de experimentação são usadas ás vezes para minimizar o enfastio sexual. Podendo-se visualizar experiências que nunca foram vivenciadas na realidade. Seu conteúdo pode enfocar situações novas, explorar formas incomuns de práticas sexuais. Para alguns indivíduos, a evocação do proibido é importante, para outros o desejo pelo singular ou pelo não experienciado é mais significativo e satisfatório.



O poder é o elemento e a essência de todas fantasias de conquista. É expresso na habilidade para comandar, forçar ou seduzir alguém a manter relacionamento sexual. Se a força física estiver envolvida, a fantasia pode ser classificada como estupro ou sadomasoquismo. A idéia de ser conquistado, dá o tom na fantasia de conquista. Os papéis que podem ser assumidos neste tipo de fantasia são variados e inúmeros. A dominação/humilhação, também fazem para da fantasia de conquista/conquistado. Além do poder, as circunstâncias criadas podem ser embaraçosas ou deprimentes.



As fantasias sexuais com um parceiro diferente é a mais comum das fantasias. O imaginado pode ser alguém conhecido anteriormente ou alguém considerado desejável. O sexo com celebridades, é um subtipo de fantasia, troca de parceiro. O sexo em grupo é outro tipo de fantasia que se enquadra como troca de parceiros. podendo envolver orgias bem elaboradas, amigos, profissionais do sexo, práticas sexuais hetero e/ou homossexual.



As fantasias de observação, também são relativamente comuns. O indivíduo que tem este tipo de fantasia, normalmente não participa da ação. Estas fantasias são comuns entre conjugues, onde uns dos dois fantasia o outro realizando práticas sexuais com outro parceiro. As fantasias de estupro ocorrem mais com a mulher, mas alguns homens heterossexuais fantasiam serem violentados por homossexuais.



Existem, as fantasias romanceadas e mais calmas, onde ocorre encontro com uma pessoa desconhecida em condição e lugar perfeitos; onde desabrocha a atração romântica e acontece o encontro sexual. Depois, cada qual segue seu caminho sem obrigações e felizes. As fantasias sexuais sadomasoquistas, apresentam imagens que envolvem indivíduos sendo amarrados, surrados, chicoteados, sofrendo cócegas, algemados e outras formas de agressão. Força física e dor são elementos presentes nestas fantasias. O poder de excitação está ligado com os protestos da vítima.



DIFERENÇAS ENTRE AS FANTASIAS MASCULINAS E FEMININAS



Pesquisas indicam que os indivíduos de ambos os sexos possuem semelhanças de conteúdo em suas fantasias sexuais. As fantasias femininas são claras explicitas e detalhadas sexualmente. Para ambos os sexos as fantasias sexuais acorrem, mais freqüentemente durante a masturbação, do que durante as práticas sexuais, com parceiro. Mas tanto homens como mulheres usam as fantasias para intensificar a excitação sexual.



Pensava-se que as mulheres não tinham fantasias sexuais, mas inúmeros trabalhos com base em pesquisas, comprovam que as mulheres fantasiam e muito. O conteúdo diferencia em parte em relação ao conteúdo das fantasias masculinas. As mulheres são mais propensas a “romancear” as fantasias, os homens são mais “diretos”, no que diz respeito às questões sexuais. Mesmo assim, estão presentes nas fantasias de ambos os sexos, ingredientes ligados ao poder, sedução, conquistas e outros.


[1] Texto apresentado na Especialização em Sexualidade Humana pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP.
http://estudosdasexualidade.blogspot.com.br/2008/01/fantasias-sexuais.html