
Linguajar chulo e palavrões podem atiçar o desejo e incrementar a relação, mas é essencial que os dois gostem da brincadeira.
Para muitas pessoas, o que é dito na cama é fundamental para uma relação sexual prazerosa. Algumas delas inclusive gostam de dizer palavrões e sussurrar sacanagens para atiçar o desejo. Especialistas reconhecem o valor deste recurso, mas apontam a necessidade do casal estar em sintonia para que tais obscenidades não provoquem constrangimento ou até mesmo assustem quem as ouve.
“Se a outra pessoa aceita sempre é uma ação positiva ao relacionamento. Se faz mal ao outro, o limite tem de ser estabelecido, definindo o uso, o tipo e a quantidade de palavras e sua entonação”, alerta o psicólogo Oswaldo M. Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex).
Para o especialista, o linguajar chulo é utilizado como parte de uma fantasia, que precisa vivenciada igualmente pelas duas partes da relação. “Tais expressões durante o ato sexual devem aumentar a excitação em ambos, devido ao significado que tais palavras produzem”, explica Rodrigues Jr.
De acordo com Márcia Mathias, sexóloga e consultora do site de encontros AshleyMadison, até a década de 1980, falar obscenidades durante a relação sexual era uma preferência tipicamente masculina, sendo uma fantasia para 80% deles. “Hoje, esse desejo também permeia o universo feminino. Cerca de 40% das mulheres também gostam de utilizar tais expressões e, muitas vezes, isso não é bem aceito pelo parceiro”, afirma a sexóloga.
Márcia acrescenta que por conta de um comportamento machista parte dos homens se incomoda com essa atitude da mulher, se sentindo submisso por perder o controle quando elas soltam o verbo. “Com certeza, isso tem a ver com machismo. Mas antes de ser mal interpretada, é válido tentar ajustar essas fantasias, pois em muitos casos, quando a mulher se solta demais, o homem recua”, pontua a psicóloga.
Aliás, o uso de palavrões se dá num contexto de dominação e submissão muito presente no sexo. “Tais expressões podem indicar o mecanismo demonstrativo desta forma de relação”, considera Rodrigues Jr. Na visão do psicólogo, alguém atento às necessidades do outro sabe reconhecer as expressões verbais, faciais e corporais que indicam se a interação sexual está gerando prazer ou desconforto
Do contrário, é preciso verbalizar o que está se sentindo. “Se uma pessoa não consegue perceber de forma espontânea, pode perguntar se está agradando”, sugere Rodrigues Jr. No entanto, Márcia entende que os adeptos deste tipo de fantasia nem sempre percebem quando não estão agradando. “Para a pessoa é tão natural, que ela não nota o constrangimento no outro. Por isso, quem se sente ofendido deve avisar e, isso não é impor limites, mas respeitar seus próprios gostos e preferências.”
Gostando-se ou não de linguajar chulo na cama, é importante entender que falar obscenidades nada tem a ver com falta de romantismo, muito menos com a intensidade do sentimento de alguém. É apenas uma fantasia sexual. “Essa é uma preferência individual associada ao contexto erótico de cada um”, diz Rodrigues Jr.
“Existem pessoas que desejam expor-se a tais contextos, porém sentem emoções negativas que os impedem de pedir ou até mesmo tirar proveito de uma situação assim, mantendo um desejo não satisfeito”, comenta o psicólogo, apontando o que pode levar homens e mulheres a rejeitarem palavras obscenas como fantasia.
http://delas.ig.com.br/amoresexo/2015-01-16/vale-tudo-na-hora-de-dizer-obscenidades-na-cama.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário