domingo, 23 de agosto de 2015

Erotismo e Felicidade - António Américo Salema


[…] A satisfação sexual e a felicidade, especialmente na forma fantasista do romance, estão supostamente garantidas pela própria força erótica que o Amor provoca.“ in Reis que Amaram como Rainhas – Fernando Bruquetas de Castro

A origem do termo Erotismo tem raízes na mitologia grega.

Provém de Eros (= paixão ardente, pulsão, libido), deus do amor, jovem e brincalhão, filho de Afrodite, deusa do amor e da beleza. Na filosofia grega, Eros era uma fonte de atracção e despertava o desejo sexual onde estivesse.
Suspenso entre dois silêncios, o erotismo é mais que um mero sinal. A sexualidade dos trajes do fim de ano, o seu teor de sedução, as roupas que as pessoas usam, têm quase sempre o teor de agradar, de provocar o despertar do interesse e desejo. O erotismo assegura a continuidade do som envolvente. “Este corpo fala” dizia Lacan.
Na infinita madrugada dos corpos que se amam, unem-se dois corpos, duas mentes, duas experiências, dois percursos. Amar não é dois tornarem-se um, mas um tornar-se dois – é, por extensão, o ser humano tornar-se universo. O amor é uma infinita repetição. Daí que o acto amoroso seja o «nu da imagem» que corresponde à nudez assumida do homem e da mulher em comunhão, pois o erotismo é o sinal da sacralização do mundo concretizado em seres que se amam e possuem.

A saúde psíquica dos homens e das mulheres precisam de espelhos onde se possa visualizar o seu íntimo, as suas emoções. A imaginação desempenha, um importante papél na elaboração de códigos eróticos, capaz de transformar as noites frias dos cenários transmontanos em momentos acolhedores de prazer. Erotizar pensamentos, experienciar e deambular por entre sensações são fundamentais para a vida erótica de cada um de nós, de forma a projetar os mistérios do coração. Vemos assim, que há sem dúvida e, ao longo do tempo de vida de cada civilização, uma inegável relação entre Erotismo e desejo que nos remete para a ideia de felicidade, plenitude, e realização existencial, essencial, para compreender o sentido da nossa sexualidade. A elevação da realidade erótica pretende pois fugir do banal e do medíocre. Por isso, consideram-se as relações íntimas cenários perfeitos para que em cada dia deste novo ano, tudo se torne mais erótico e estimulante.
António Américo Salema
Sexólogo clínico
http://www.revistaraizes.pt/erotismo-e-felicidade/

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