quarta-feira, 14 de maio de 2014

Depoimentos


Fetiche 

E quando o fetiche é mais pesado? "No mercado, quando a pessoa usa a palavra fetiche, geralmente, está falando em relação à sado-masoquismo", explica Margot. Cinto de castidade, mordaça, máscara, algemas que separam as pernas e os braços fazem parte do pacote. Mas ela afirma que esse tipo de cliente não é muito de conversa. [...]


No mercado, quando a pessoa usa a palavra fetiche, geralmente, está falando em relação àsado-masoquismo", explica Margot. Cinto de castidade, mordaça, máscara, algemas que separam as pernas e os braços fazem parte do pacote. Mas ela afirma que esse tipo de cliente não é muito de conversa. "Chega, escolhe o que quer, paga e vai embora".

Taís*, advogada, já experimentou sessões sado com um de seus parceiros e não curtiu. "Botar coleira, queimar a ponta do mamilo com isqueiro andar de quatro não fazem a minha cabeça", revela. Ela só se permitiu coisas que poderiam dar tesão nela também. "O que eu não queria, não fiz". Uma dificuldade de muitas mulheres: negar o pedido do parceiro quando se está envolvida por medo de perdê-lo. O que não aconteceu com Taís, que conta que o relacionamento durou até o momento em que, mesmo apaixonada, começou a questionar se o parceiro não se interessava por ela sem qualquer fantasia.
A advogada diz que experimentou um pouco de tudo na vida. Chegou até a sair como garota de programa do namorado, fetiche citado por Margot. Hoje tem certeza de que o que gosta mesmo é o sexo a três, sendo duas mulheres e um homem. "Não é só homem que tem esse fetiche. Conheço muita mulher que adora". No entanto, deixa claro: "Atualmente, sexo a três só verbal. O homem se excita mais pelo olhar e a mulher pelo ouvido. Realizar esse tipo de fetiche com alguém que você gosta muito pode ser complicado. A mulher mistura o sexo com o amor", explica.
Taís lembra que transou com uma amiga e o homem com quem estava na época, e que a situação após o sexo não foi nada agradável. "Você fica com medo de perder o cara. Até porque você não vai transar com uma mulher feia. Ela tem que ser desejável, né?". E é por essa razão que ainda não realizou esse fetiche com seu atual companheiro, apesar da vontade.

De bem com a vida
"O fetiche é um detalhe do relacionamento. O que importa, realmente, é se você está cheirosa, com o pé bonito, as unhas bem pintadas e de bem com a vida", destaca a advogada. Ela se permite ter prazer de vários modos, o que não a deixa dependente de alguma prática. "Quando a pessoa só se estimula de um jeito, deve procurar um psicólogo ou uma psicoterapeuta", alerta a educadora sexual Laura Muller. De acordo com Laura, o normal é já sentir prazer com o beijo na boca, um carinho no cabelo, um toque e ter o fetiche como uma forma a mais de se estimular.
Para a mulher que está envergonhada em realizar algum fetiche do parceiro ou mesmo seu, Laura aconselha: "Primeiro se pergunte o que gosta de verdade. Respeite os seus limites e olhe para os seus próprios desejos. Depois, veja até onde pode ceder". A educadora acredita que a mulher deve ser firme e não ter medo de perder o parceiro por negar isto ou aquilo. A regra é básica: ir até ao ponto em que você não se sinta ferida fisicamente ou emocionalmente. "O sexo é uma eterna negociação", ou seja, use seu poder de barganha. Só não perca tempo e prazer.
* O nome foi trocado a pedido da entrevistada.

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