sexta-feira, 18 de abril de 2014

As fantasias sexuais de cada um ... escritora - Regina Navarro Lins


Um homem de 50 anos estava ajoelhado, com uma corrente presa ao pescoço, algemas nos punhos, vestindo tanga de borracha lilás. O sujeito engatinhava. Ao ser questionado quem era e por que estava ali, ele respondeu que trabalhava como executivo numa grande empresa, decidia tudo, o tempo todo. Ali, ajoelhado e humilhado, sentia que equilibrava a sua condição.
A maioria das fantasias sexuais não é colocada em prática, mas é muito difícil encontrar alguém que não as tenha. A grande vantagem das fantasias é poder inventá-las da maneira que se quiser. Cada um é dono do seu próprio espetáculo: decide o elenco, o argumento, a direção, a edição, os ângulos de câmera e os efeitos especiais. Além disso, não há motivos para se preocupar com críticas negativas ou censura: você é a única pessoa que poderá ver as suas fantasias sexuais. Contudo, nem todos se sentem tranquilos dando asas livremente à imaginação. Muitos se envergonham de suas fantasias.
Pesquisas indicam que as fantasias geralmente envolvem parceiros conhecidos, um ex-amor ou o marido da vizinha, ou mesmo a balconista do mercado. Como as fantasias são geralmente associadas à ideia de desvio sexual, gerando forte sensação de inadequação, fantasiar o que não é aceito socialmente ameaça pelo temor de que acabe se tornando realidade.
As fantasias são tão frequentes nas mulheres como nos homens. A questão é que como ninguém tem coragem de contá-las, todos se assustam, pensando que são os únicos a tê-las. Algumas são bastante elaboradas. Um homem descreveu em detalhes a fantasia de ter múltiplas parceiras sempre que fazia sexo com a esposa. Ele imaginava que seis mulheres, uma das quais era sua mulher, estavam na cama com ele, imobilizando-o. Todas disputavam as várias partes do seu corpo, tentando cada uma proporciona-lhe mais prazer do que a outra.
Uma tímida e recatada secretária também descreveu a sua fantasia de sexo grupal com exibicionismo. Ela relata que se excita ao imaginar estar indo para o trabalho no metrô lotado e que de repente um homem atravessa a multidão e lhe arranca bruscamente a roupa e a amarra no banco, começando a fazer sexo oral com ela. Ele salta na estação seguinte e todos os que permanecem no metrô fazem o mesmo, enquanto ela vai tendo orgasmos consecutivos.
Geralmente as pessoas visualizam situações, que não gostariam de experimentar na vida real. Elas se prestam basicamente para elevar o nível de excitação. É provável que tais fantasias pertençam justamente a uma área de repouso da experiência humana, livre de explicações racionais. E, dependendo das fantasias, mais prejudicial do que elas acontecerem na realidade é o sentimento de culpa que provocam.

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