segunda-feira, 21 de abril de 2014

Fetiches: puro desejo ou doce pecado?

Símbolo Imagens
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Por Bartira Betini
Fonte: Revista uma/ED.108
Fetiche pode ser um tabu para quem ouve esta palavra e não tem conhecimento do seu significado, mas é algo comum e presente no dia a dia de muitas mulheres. Você acha sexy quem usa uniforme? Fica louca com um abdome sarado? Acha homem de terno uma delícia? Essas preferências nada mais são que fetiches.
Quem já não ouviu falar de taras por pés? Um dos fetiches mais falados e pouco classificados como tal. "É usual as pessoas se atraírem por características específicas do corpo da outra pessoa, tais como: pés, mãos, genitais, cor e tipo de cabelo, altura e entre outros", diz Diego H. Viviani, do Instituto Paulista de Sexualidade, psicólogo especialista em psicoterapia sexual.
O termo fetiche é utilizado para caracterizar pessoas que se utilizam de objetos inanimados ou se atentam a partes específicas do corpo para se excitarem ou obterem prazer sexual. "O fetiche serve para direcionar seletivamente o erotismo. Pode ser uma característica aliada à relação sexual, uma vez que se utilize do mesmo para sentir-se mais excitado, modificar a relação sexual e às vezes como manutenção de um relacionamento, mas ele nunca substituirá a atividade sexual", explica Viviani.
Ele também explica que existe, sim, uma diferença entre fetichismo e fantasia sexual: "Na fantasia pode-se tudo, já que se trata de imaginação e não de realização. Entretanto, se a fantasia possui um tema específico, poderemos nomear como fetichismo. Os fetiches mais comuns são aqueles aceitos socialmente, ou seja, preferências que são vistas pela sociedade como apropriado e até motivado pela mídia. Alguns exemplos são lingerie, roupas de couro, pessoas com uniformes profissionais em situações sensuais", completa o psicólogo.
Prazer garantido
Devo me permitir a realizar ou não do meu fetiche? A escolha é só sua. "As fantasias existem para ser vividas e compartilhadas,
afinal, o prazer é sempre melhor quando vem com uma companhia. Se você se sente seguro numa relação e acha que é o momento de compartilhar suas vontades mais secretas, vá em frente e fale com jeitinho, você não quer assustar ninguém!", completa o profissional.
A administradora Fernanda, de 31 anos, adora homens com ombros largos e mãos fortes e só consegue ter "prazer garantido" em suas relações sexuais com parceiros que se encaixam neste perfil. "Já tentei não me ligar nisso, mas não consigo ter a mesma vontade. Se o homem tem outro perfil, eu preciso colocar a imaginação para funcionar e achar que ele é alto e musculoso, e para isso não posso abrir os olhos", brinca.
Para a estudante Paula, de 26 anos, o gostoso mesmo é correr riscos de ser descoberta na hora do ato sexual. "Tem coisa mais gostosa que se esconder em lugar mais ou menos escondido em uma praia pouco frequentada, mas com aquele risquinho de alguém flagrar?", conta aos risos.
A explicação para o fetiche dessas e de outras mulheres está no Dicionário de Fetiches, escrito por Agni Shakti (Editora Matrix). O livro traz a de nição de centenas de fetiches, entre eles sobre o prazer obtido ao desenhar imagens eróticas. Esta obra é um guia para esclarecimento de iniciantes, apreciadores, simpatizantes e até mesmo veteranos do BDSM - "Bondage, Domination, Sadism, Masochism", um conjunto de comportamentos e necessidades sexuais entre parceiros adultos, normalmente conhecidos como sadomasoquismo ou SM.
Entre seus adeptos estão pessoas de todas as opções: heterossexuais, bissexuais, homossexuais, trans ou intersexuais. O fetiche é o recurso que leva à realização das aspirações sadomasoquistas e o livro explica que nem todo fetichista é sadomasoquista. O dicionário vale para quem aprecia ou para quem simplesmente tem curiosidade de saber como as outras pessoas gostam de ter prazer, apresentando práticas cada vez mais difundidas no dia a dia de casais que praticam o inusitado no sexo, como no cinema, na música, na televisão e na publicidade.
Limites obrigatórios
Uma vez que vivemos em uma sociedade permeada de regras, os fetiches podem ser aceitos desde que não prejudiquem outras pessoas. Existem alguns fetiches que vão contra regras sociais, como, por exemplo, a pedofilia e a necrolia. Mas neste sentido, o fetiche entra em uma característica patológica que influencia no bem-estar de outras pessoas e perfura regras socialmente impostas que devem ser respeitadas.
Embora seja um estímulo à fantasia, no entanto, o fetiche não deve virar um aprisionamento numa forma exclusiva de se relacionar sexualmente. "Quando o fetichista somente consegue chegar ao orgasmo ou gozar de uma intimidade sexual saudável através de seu objeto de desejo, ele pode ser considerado parafílico, então a prática fetichista deixa de ter a conotação de aliada à vida sexual e passa a ser inimiga", alerta Viviani.
"Podemos utilizar esses fetiches como nossos aliados nas relações sexuais, podemos torná-las mais excitantes e utilizálos como mecanismos para manutenção da relação sexual e do casal, como forma de atualizar a atividade sexual e não cair na rotina", 
explica.http://www.mulher.com.br/amor-e-sexo/fetiches-puro-desejo-ou-doce-pecado

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